quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Alimentação é o tratamento

Você vive se queixando de diarréia, já esteve no seu médico várias vezes e ainda não descobriu o que tem? Talvez o problema esteja em algum lugar da sua cozinha - mais especificamente na cesta de pães, no armário das massas ou na lata de biscoitos.


Alimentos feitos de trigo, como os citados acima, e alguns outros grãos contêm uma proteína chamada glúten. E se você sofre de doença celíaca ou intolerância ao glúten e o mal ainda não foi detectado, toda vez que comer algo que tenha a referida proteína entre os ingredientes será vítima de uma reação que danificará o forro do intestino delgado. Os nutrientes não serão absorvidos apropriadamente, e isso desencadeará reações físicas.

A intolerância ao gluten vem desafiando o conhecimento científico há muito tempo devido à sua apresentação clínica variada, que abrange desde sintomas leves e pouco específicos - como uma criança que não ganha peso - até uma síndrome clássica de má absorção intestinal em pacientes desnutridos. "Como se não bastasse tamanha variedade clínica, há ainda os casos completamente assintomáticos, que causam enorme polêmica", afirma a nutróloga Amanda Epifanio Pereira, de São Paulo.

Quando ingerido, o glúten, ao chegar ao intestino, estimula a produção de anticorpos, principalmente as imunoglobulinas do tipo IgA. Eles atuam sobre as vilosidades do intestino, que se atrofiam e deixam de desempenhar a função de captação dos macro e micronutrientes. "Como resultado, os nutrientes não absorvidos são eliminados com as fezes, e o organismo fica privado de nutrientes básicos, tornando-se desnutrido com o passar do tempo", diz a médica.

domingo, 7 de novembro de 2010

Doenças de pele podem ser causadas por estresse

O mundo está cada dia mais agitado, a vida mais corrida e, com isso, as pessoas têm menos tempo para relaxar. O estresse do cotidiano faz com que algumas doenças sejam mais freqüentes e os distúrbios de pele são um exemplo disso.
Eles podem ser desencadeados ou agravados pelo estado emocional.

"Ele libera uma substância nos nervos, chamada neuropeptídeo, e isso leva à doenças de pele e todas as inflamações", diz o professor doutor Ricardo Romiti, médico do departamento de dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Existem algumas doenças de pele mais comuns, como a psoríase, que atinge aproximadamente 2% da população mundial. As vítimas já têm algum parente com o problema ou alteração genética, mas muitas vezes não sabem. Fatores como estresse, infecção, mudança de trabalho, entre outros, podem desencadeá-la.

A doença costuma aparecer nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Em alguns pacientes, pode se espalhar pelo corpo todo ou afetar as articulações, fazendo com que a pessoa tenha que andar de cadeira de rodas. Nos casos mais leves, o tratamento é feito com pomadas e, nos mais pesados, são necessários medicamentos via oral para diminuir as inflamações da pele e das juntas.

O problema costuma aparecer após os 20 anos de idade e, quanto mais cedo surgir, mais grave deve ser. A fototerapia ou banho de luz também é aconselhável para o tratamento.

A consultora financeira Ariane Lanzarini tem psoríase nos cotovelos e lembra que, quando apareceram as primeiras marcas, um médico informou que se tratava de uma doença psicossomática. "Ele disse que eu teria que fazer análise, mas eu nunca fiz. Nunca tive tempo", diz.

Os cotovelos da consultora chegam a sangrar quando ela está muito nervosa. "É engraçado medir o nervoso pelo cotovelo. Quando estou muito estressada, muito nervosa, aumenta. Quando eu fico mais calma, diminui", analisa. Como tratamento, ela utiliza pomadas nas feridas. "Melhora, mas não acaba, não cura nunca", lamenta.

Há mais de sete anos com a doença, a consultora financeira garante que ela nunca evoluiu. Seus sintomas pioram nos momentos de estresse, mas logo voltam à forma antiga. "É engraçado, você acostuma e se conforma, então, não te incomoda. Incomoda quem vê. Já liguei mais para isso, usava até camisetas de manga comprida, mas não me preocupo mais. Me senti ridícula de ligar para isso. Passar calor por causa dos outros?", questiona.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Previna-se da cocera na vagina

Alguns incômodos podem fazer parte da vida das mulheres. E um deles sem dúvida é uma doença chamada candidíase.


Simone*, 26 anos, vivia se queixando de coceira na vagina. "Quando não era coceira era um corrimento branco, ardor e desconforto para urinar", conta.

Já Carina*,34, sentia dores nas relações sexuais. "Pareciam que estavam me cortando. As mucosas vaginais ficavam bastante inflamadas e a vulva, às vezes, ficava com o mesmo aspecto de ‘assaduras’ de crianças que usam fralda. Passava muita pomada, mas isso não resolvia", diz.

O drama de Carina e Simone ilustra o que as mulheres sentem quando há um crescimento exagerado de fungos na vagina, que produzem inflamação e sintomas desagradáveis. "A candidíase é uma infecção causada por fungos que afeta principalmente as mulheres entre 18 e 35 anos", explica a ginecologista Fabiola Castro.

Há dúvidas entre os estudiosos se o contato sexual seria uma das formas de contrair a doença. "Parece que sim. Mas a deficiência no sistema de defesas do organismo é de longe a causa mais importante de candidíase. Algumas mulheres, inclusive, teriam uma deficiência imunológica específica para desenvolver a doença, o que explicaria os casos de repetição freqüente da enfermidade", afirma Fabiola.

Mas o que causa a infecção?
Segundo a ginecologista, a vagina saudável contém naturalmente microorganismos (bactérias e fungos), que não conseguem se desenvolver devido à presença dos lactobacilos de Doderlein, agentes do bem e que defendem o ambiente vaginal de invasores nocivos. "Existem ainda na vagina anticorpos, células de defesa e substâncias químicas que ajudam os lactobacilos na defesa do meio vaginal e previnem o desenvolvimento das colônias de bactérias e fungos causadores de infecções", diz.

A proliferação dos fungos que dá origem a candidíase está associada com a diminuição dessas defesas no ambiente vaginal. "A baixa resistência é o principal fator de risco para que os fungos presentes no meio, em pequena quantidade, se multipliquem de modo exagerado. Alguns estudiosos acreditam que é possível adquirir a infecção por meio do contato sexual, quando o parceiro está infectado por fungos e os transmite à mulher através do sêmen", afirma a médica.